terça-feira, 12 de abril de 2011

Lançamento: Traduzindo Hannah – Editora Record

Lançamento: Traduzindo Hannah – Editora Record

Com um enredo envolvente que mistura paixões arrebatadoras, mistérios e perseguições políticas, Max Kutner é um imigrante judeu que se vê obrigado a trabalhar para a censura postal carioca do governo linha-dura de Getúlio Vargas. Ronaldo Wrobel recria uma época lendária na história do Brasil, quando comunistas e fascistas se enfrentavam nas ruas do Rio de Janeiro às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
O autor escreve com bom humor e um ritmo “vertiginoso” - palavras da escritora e jornalista Cíntia Moscovich, que assina a orelha do livro - e leva o leitor a um desfecho surpreendente. Tendo pesquisado a Era Vargas, conclui:
“O Brasil é uma festa de crenças, raças, tradições etc. Um rabino estrangeiro me disse que é difícil sustentar a religiosidade num lugar tão gregário, onde todo mundo cobiça a fé do próximo e cede um pouco da sua. Para os imigrantes judeus foi espantoso chegar num lugar assim depois de tantos séculos de discriminação. Meu avô era irmão do Adolfo Bloch, que foi casado por muitos anos com uma não-judia apesar de ser um judeu convicto. Outro tio russo casou com uma índia nos anos 1950! Minhas avós diziam que nunca existiu antissemitismo no Brasil, só movimentos isolados como o integralismo. Getúlio Vargas não teria perseguido judeus por causa do judaísmo em si, mas porque muitos judeus eram de esquerda. Por sinal, Vargas também perseguiu alemães, italianos e japoneses. Era um nacionalista ferrenho”.
O livro levou seis anos para ser escrito e Cíntia Moscovich afirma:“o autor elabora um painel humano e uma rede de peripécias como poucas vezes antes se viu na cena literária nacional”.  Pacato sapateiro na Praça Onze no centro do Rio de Janeiro, Max Kutner é intimado a traduzir do iídiche para o português as cartas de sua comunidade. 
Essa tarefa se torna ingrata, envolta em dilemas que tiram a paz do sapateiro, pois o faz delatar a vida alheia, coisa que nunca esteve em seus planos. Um dia, Max se descobre apaixonado pelas cartas que uma desconhecida, Hannah, escreve para a irmã Argentina. Em seus relatos Hannah é pura, bondosa e culta, além de judia praticante, ao menos nos textos epistolares. A era Vargas é escolhida pela vibração, a vontade de mudar a realidade brasileira e ingenuidade da atmosfera dos 30:
“Foi um período trágico e romântico, de grandes ideais. O bem e o mal se enfrentavam nas ruas com uma paixão rara hoje em dia. Todo mundo queria salvar o mundo, acabar com a injustiça e a pobreza. Havia heroísmo e ingenuidade nos movimentos organizados. O Rio era uma capital vibrante e politizada. Para imigrantes judeus como Max Kutner, foi uma coisa incrível escapar da penúria e do antissemitismo na Europa para viver num país enorme, colorido e hospitaleiro, onde não faltava comida e fazia calor o ano inteiro. Na velha Rússia as pessoas costumavam dizer que a América era um paraíso porque ali se comia laranja todos os dias. No Brasil também se comia banana, mamão, manga: frutas que não existiam na Europa”.
Com predileção pela leitura de contadores de histórias, o autor tem na sua lista de favoritos os autores Stefan Zweig, Isaac Bashevis Singer e Moacyr Scliar, Miguel Sousa Tavares e Mario Vargas Llosa. São essas influências, pesquisas e mais vivências pessoais que dão o tom da escrita:
 “Pesquisei muito a Era Vargas e o período conhecido como entreguerras no Brasil e no mundo. Entrevistei idosos, frequentei asilos e clubes. Contei com excelentes obras acadêmicas e livros como Na Fogueira, do jornalista Joel Silveira, que recorda o Brasil dos anos 1930. Também consultei jornais de época na Biblioteca Nacional, como o Correio da Manhã, O Globo e Jornal do Brasil. Foi apaixonante ler os jornais daquele Rio de Janeiro, onde os embaixadores se espionavam e vendiam-se “bangalôs nos arenosos subúrbios de Ipanema e Leblon” (palavras de um anúncio imobiliário de 1937, com fotos e gráficos explicativos)”.
E completa:
“Meus avós e tios-avós vieram do leste europeu no começo do século. Cresci ouvindo histórias sobre fugas, separações, reencontros etc. A adaptação ao Brasil era especialmente fantástica. Imagine o que significava sair de aldeias isoladas e miseráveis na Polônia ou na Rússia para cair num Rio de Janeiro ensolarado e acolhedor. Boa parte do romance se passa na Praça Onze, onde judeus se misturavam com negros, portugueses, italianos, árabes. A própria colônia judaica era cheia de contrastes e polêmicas com suas figuras típicas: comunistas, sionistas, ortodoxos, polacas, casamenteiros etc. A trama central é fictícia, mas há várias biografias ali – inclusive a minha”.
Traduzindo Hannah
Autor: Ronaldo Wrobel
ISBN: 8501091146
Gênero: Romance brasileiro
Páginas: 272
Formato: 14 x 21 cm
Editora: Record
Preço: R$ 32,90

Contatos com o Autor:
Celular: (21) 8101-1122
Mais sobre o Autor:
Ronaldo Wrobel nasceu em 1968 no Rio de Janeiro. É autor dos romances Traduzindo Hannah (Record, 2010) e Propósitos do Acaso (Nova Fronteira, 1998), além dos contos reunidos em A Raiz Quadrada e outras histórias (Bomtexto, 2001) e do infanto-juvenil Nossas Festas - celebrações judaicas (Francis, 2007).
Em 2002, A Raiz Quadrada e outras histórias foi recomendado pelo Ministério da Cultura para fazer parte do acervo das bibliotecas públicas federais.
Em 2010, participou da mesa "As nossas ficções de cada dia", na 6a. Festa Literária Internacional de Pernambuco - FLIPORTO, ao lado de Contardo Calligaris e João Tordo. É autor convidado para a FLIMAR 2011 (Festa Literária de Marechal Deorodo – Alagoas).
Trabalha também como advogado, conciliando as letras da lei com a lei das letras.
Ronaldo Wrobel Foto: Divulgação
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