sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Escravos e Libertos nas Minas Gerais do Século XVIII



Escravos e Libertos nas Minas Gerais do Século XVIII
Estratégias de resistência através dos testamentos

O livro Escravos e Libertos nas Minas Gerais do Século XVIII chega a 3ª edição, que será lançada dia 1 de outubro de 2009, na livraria Quixote em Belo Horizonte, às 19h. O texto, originalmente a dissertação de mestrado do professor do Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eduardo França Paiva, tem uma linguagem leve e traz ao leitor uma revisão da história do séc. XVIII em sua estrutura social com o estudo de 357 testamentos entre os anos de 1720 e 1785 de homens e mulheres livres moradores da Comarca do Rio das Velhas na Capitania de Minas Gerais.
Para o autor, o livro se torna atual e desperta a curiosidade do leitor principalmente pelas informações levantadas em uma extensa pesquisa e que ainda são pouco conhecidas. Eduardo Paiva revela uma sociedade em que o escravo compra sua alforria em parcelas, processo conhecido como coartação: “O livro derruba a tese popular que eu chamo de ‘imaginário do tronco’. O escravo parcelava sua liberdade, negociando com o seu proprietário, em parcelas em 4 ou 5 anos, uma espécie de crédito da liberdade. Depois aspira socialmente, inclusive as mulheres, e adquire posses e escravos’.
Outro ponto interessante da obra é a formação da família matri-focal, da mulher livre e não branca, que redesenha a família na época em que essa mãe, sem marido, trabalhava e sustentava os filhos. Segundo Paiva, este dado novo dá luz a uma economia e a cultura deste grupo social que ainda não é conhecida e cuja abordagem historiográfica ainda é incipiente, mas evidencia que os escravos e libertos eram agentes históricos importantes.
A apresentação tem o cunho do Prof. Doutor da UFMG Douglas Cole Libby que discorre: “...às vezes, os testamentos constituíam verdadeiras histórias da vida, claro que na visão do morimbundo. Estas são as ricas fontes que revelam uniões entre livres e escravas, relações familiares pouco ou nada convencionais e alforrias de toda sorte, exeplarmente exploradas no texto...Outro ponto de originalidade reside na recusa em catalogar atitudes e comportamentos de escravos em nítidas categorias divididas, sobretudo, entre a rebeldia e submissão...”.
Eduardo França Paiva: Graduado em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989), é mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993) e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (1999), com estudos pós-doutorais na EHESS-Paris (2006/2007).
Atualmente é Professor Associado da UFMG, coordenador do Programa de Pós-graduação em História e diretor do centro de estudos sobre a Presença Africana no Mundo Moderno-CEPAMM-UFMG.
É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, líder de grupo de pesquisa UFMG-CNPq, pesquisador associado ao MASCIPO/CERMA/EHESS-Paris, ao GDRI Esclavages - CNRS/EHESS-Paris e à EEHA/CSIC-Sevilla (projeto Las Fronteras y sus Ciudades-séc.XVI-XVIII).
Foi professor visitante na Katholieke Universiteit Leuven (2006), na Universidad Pablo Olavide-Sevilla (2009) e pesquisador visitante na Escuela de Estudios Hispano-Americanos de Sevilla (2007 e 2009).
Dados Técnicos:
Formato 16x23cm
284 páginas
ISBN 978-85-7419-982-5
Contatos:
Eduardo Paiva: 31-3377-2689/3047-2689/9731-5412
Rua Fernandes Tourinho, 274, Belo Horizonte, MG
Endereço da livraria Quixote: Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi, Belo Horizonte
Tel.: (31) 3264-2858
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