segunda-feira, 29 de março de 2010

II Sarau das Poéticas Indígenas 24/04/2010


II Sarau das Poéticas Indígenas


O sucesso da primeira edição do Sarau das Poéticas Indígenas nas Casas das Rosas em 2009 garantiu a continuidade do evento e a segunda edição terá como tema a Amazônia. Serão apresentados índios das três etnias que participaram do levante popular denominado Cabanagem no Século XIX: os Munduruku, os Mura e os Mawê. Em 2010, ao completarem 170 anos do fim dos combates cabanos, a cidade de São Paulo terá a oportunidade de conhecer as vozes, os gestos e os cantos revolucionários da floresta.

Participarão do Sarau o poeta Daniel Munduruku, que encabeça o movimento brasileiro da literatura indígena, Carlos Tiago, um jovem poeta Saterê Mawê, do Estado do Amazonas e Juju Mura, que fará a dança que herdou das suas gerações passadas, uma lembrança sobrevivente do povo Mura que foi praticamente extinto por serem grandes guerreiros e demonstra que a poética indígena não reside apenas nas palavras. Leandro Mahalem Lima, autor de Rios Vermelhos, uma pesquisa científica (USP) que discorre sobre o tema, reviverá a história dando voz aos cronistas e romancistas que escreveram sobre os rebeldes cabanos, evocando a tradição indianista dos escritores viajantes do Século XIX. A curadora Deborah Goldemberg explica o tema escolhido para o II Sarau:

“Esse ano vamos homenagear esse território tão em pauta, que é a Amazônia, e valorizar a grande importância que os índios tiveram, junto com ribeirinhos e negros escravos e libertos, nesta importante revolução brasileira que segundo historiador Caio Prado Junior é: ‘...um dos mais, senão o mais notável movimento popular do Brasil. É o único em que as camadas mais inferiores da população conseguem ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. Apesar de sua desorientação, fica-lhe contudo a glória de ter sido a primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder’”.

A cabanagem teve inicio 1835 e término em aproximadamente 1840 e teve grande resistência popular. A guerra ganha sua importância porque o movimento insurgiu contra os portugueses e os luso- brasileiros, minoria branca, que detinha o poder no Estado que então era o Grão Pará e chegaram inclusive a expulsar uma almirante Inglês e seus subordinados que tentaram tolher a revolta.

Contato com a curadora:
Deborah Goldemberg (currículo abaixo)
Tel: 11-9954-0982
E-mail: debbiegoldemberg@yahoo.com.br

Para conhecer mais sobre a história cabana:
Leandro Mahalem Lima, Rios Vermelhos, (USP)
lmahaleml@gmail.com
11-3562-2202

II Sarau das Poéticas Indígenas
Casa das Rosas
Data: 24/04/2001
Avenida Paulista, 37 - Zona Sul - (11) 3285-6986/3288-9447

Programação:

15h - Abertura do II Sarau das Poéticas Indígenas
Deborah Goldemberg
A curadora fala sobre proposta conceitual do Sarau das Poéticas Indígenas, do recorte temático de 2010, em homenagem da Cabanagem, e apresenta os participantes.

15:15hs - Introdução à Cabanagem e a literatura sobre a Cabanagem
Leandro Mahalem de Lima
O antropólogo introduz a Cabanagem e lê textos de cronistas e romancistas que escreveram sobre a Cabanagem na tradição dos escritores viajantes do Século XIX.

15:35 - Daniel Munduruku e Carlos Tiago falam sobre a Cabanagem
Daniel Munduruku e Carlos Tiago
O escritor e o poeta apresentam sua obra e lugar de origem, comentam sua relação com os antepassados e com a Cabanagem e inicia-se o recital lítero-musical referente à cabanagem, com prosa e poemas que se vestem da emoção da história para dizer da luta dos cabanos, homens que acreditaram em um ideal, que lutaram contra a injustiça, que sonharam com esperança.

16:15 - Juju Mura dança a memória dos Mura
Juju Mura
Descendente dos Mura, Juju apresenta uma dança do universo lúdico dos Mura, que aprendeu com sua avó na infância amazônica. A memória do significado da dança foi varrida pelo tempo e a opressão, mas a força do movimento ancestral e a pintura corporal não. Altamente impactados pelo contato, vê-se nesta apresentação a capacidade de resistência e adaptação dos Mura.

16:55 – Daniel Munduruku e Carlos Tiago, prosa e poesia.
Daniel Munduruku e Carlos Tiago
Prossegue o recital lítero-musical com mais prosa e poemas pintados pela poesia da floresta, o murmúrio dos rios, do canto dos pássaros da vida que nasce no coração denso da floresta.

17:35 – Últimas reflexões sobre história e literatura Cabana.
Leandro Mahalem de Lima
O antropólogo faz suas reflexões finais sobre o tema da Cabanagem e lê textos literários contemporâneos, de cunho indianista, sobre a Cabanagem.

17:55 – Aberto para perguntas do público

Currículos:

- Deborah Goldemberg: nasceu em São Paulo é antropóloga e escritora. Estudou na London School of Economics e trabalha com desenvolvimento sustentável no Norte e Nordeste do Brasil. Estreou na literatura com Ressurgência Icamiaba (2009) e no mesmo ano lançou O Fervo da Terra (Ed. Carlini & Caniato, 2009). É curadora do Sarau das Poéticas Indígenas da Casa das Rosas, em São Paulo, e agitadora da literatura transbrasileira. Mantém o blog http://ressurgenciaicamiaba.blogspot.com

- Daniel Munduruku: nascido no Pará, Daniel é graduado em filosofia, doutorando da Universidade de São Paulo e presidente do INBRAPI, Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual. Líder do movimento da literatura indígena no Brasil, ele tem dezenas de livros publicados de traduzidos para outras línguas. Mantém o blog http://danielmunduruku.blogspot.com

- Carlos Tiago: é natural de Barreirinha, Estado do Amazonas. É formado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Amazonas e é poeta. É autor dos livros Águas do Andirá (poesia), Petrópolis e a Cidade de Pedro (história), A Quinta Estação (antologia poética) e Antopologia Poética dos Escritores Indígenas. Foi um dos vencedores do Prêmio Valores da Terra, da Prefeitura de Manaus (2002), do Prêmio Historiador Mário Ypiranga Monteiro (2008), da Academia Amazonense de letras. É fundador do CLAM - Clube Literário do Amazonas. Atualmente mora em Barreirinha ocupa o cargo de Subsecretário de cultura Turismo e Meio Ambiente.

- Juju Mura: descendente dos Mura, Juju nasceu no Amazonas, e veio para São Paulo em 2001, onde formou-se em pedagogia na FAAC, fez docência de ensino superior. É professora e divulga a cultura indígena em Cotia-SP. Sua expressão poética abrange a dança, o canto e o grafismo.

- Leandro Mahalem de Lima: antropólogo, mestre pela Universidade de São Paulo e pesquisador do Núcleo de História Indígena e do Indigenismo (NHII-USO), realizou pesquisa de mestrado sobre os lugares dos índios na Cabanagem intitulada: Rios Vermelhos, Perspectivas e Posições de sujeito em torno da noção de cabano na Amazônia em meados de 1835.

Nicolau Kietzmann
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segunda-feira, 15 de março de 2010

Antes que os vaga-lumes desapareçam

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Antes que os vaga-lumes desapareçam

O 27 de março, entre 20,30 e 21,30, o WWF convida todo mundo a apagar as luzes por uma hora, para testemunhar nossa preocupação com o aquecimento global e com a perda da biodiversidade. O ano passado mais de um bilhão de pessoas apagou a luz em 88 países e mais de quatro mil cidades apagaram a luz dos principais monumentos, como o Coliseu, em Roma, a Torre Eiffel, em Paris, o Golden Gate em Los Angeles, e no Rio de Janeiro, o Cristo Redentor. Corretamente o WWF lembra que a geração elétrica para a iluminação pública representa uma contribuição pesada às emissões dos gases efeito estufa, que são causa do aquecimento global e da perda da biodiversidade.

A editora Annablume não podia escolher data mais apropriada para o lançamento do livro de Alessandro Barghini; “Antes que os vagalumes desapareçam”, livro resultado de uma tese de doutorado defendida do Instituto de Biociências da USP, e publicado com o apoio da FAPESP.
De fato o livro, partindo da metáfora dos vagalumes, cuja reprodução é afetada negativamente pelo uso crescente da iluminação externa, realiza uma análise ampla dos efeitos que a iluminação artificial está gerando na biosfera.

O caso dos vagalumes é curioso, como escreve Barghini: “Em 1° de fevereiro de 1975 o escritor e diretor de cinema italiano Píer Paolo Pasolini (1975) publicava no maior diário italiano Il Corriere della Sera, o artigo “O vazio do poder”, que ganhou notoriedade imediata, ficando famoso como o ensaio sobre os vaga-lumes. O artigo começa com as seguintes palavras: “No começo dos anos 1960, por causa da poluição do ar e, principalmente no campo, por causa da poluição da água os vaga-lume começaram a desaparecer. O fenômeno foi fulminante e fulgurante. Após poucos anos os vagalumes não existiam mais.”

Sem sabê-lo, Pasolini, estava apontando o efeito da difusão massiva da iluminação artificial sobre a vida silvestre. De fato a explicação mais provável para o desaparecimento dos vaga-lumes não é a poluição do ar ou das águas, mas provavelmente o início da difusão da iluminação pública ocorrida na época na Itália devido ao crescimento econômico e à introdução de novos sistemas de iluminação pública com lâmpadas a descarga, muito mais eficientes que as lâmpadas incandescentes, utilizadas até aquele momento. A razão do desaparecimento é simples: o lampejo dos vaga-lumes é uma forma de atrair o parceiro para o acasalamento, mas a radiação por eles emitida é muito tênue.

Portanto, para ser percebida pelo potencial parceiro é necessário que a iluminação ambiente seja inferior a 0,5 lux e o aumento da iluminação pública ultrapassa esses valores. Por uma economia de recursos, os vaga-lumes não emitem radiação quando o nível de iluminação ambiente é superior a 0,5 lux. Com a iluminação pública que estava se espalhando pelo país, os vaga-lumes acabaram reduzindo o número de acasalamentos e a população definhou.”

Esse é apenas um exemplo dos múltiplos impactos que o uso não controlado da iluminação exerce sobre o mundo vivente. Afinal a vida evoluiu, durante mais de três bilhões e meios de anos, em uma alternância de períodos de luminosidade e de escuridão e a biota se estruturou nessa alternância, utilizando bandas específicas da radiação solar. A iluminação artificial não controlada, quebrando a alternância de claridade e obscuro, afeta em diferentes modos, os seres viventes. Por exemplo, afeta a foto morfogênese das plantas, reduz a capacidade de reprodução das tartarugas marinhas, desorienta aves migratórias e quebra o ecossistema de mamíferos noturnos.
Barghini, em sua pesquisa, demonstrou também que a atração de insetos vetores de doenças pela iluminação artificial aumenta o risco de difusão de doenças transmitida pelos insetos, como a malária, o mal de Chagas e a leishmaniose.

Apesar dos benefícios proporcionados ao homem, a iluminação artificial não controlada pode ser fonte de distúrbio do sono, de iper excitação e pode favorecer a instauração de doenças degenerativas, como o câncer de mama.

Todos esses temas são abordados no livro, percorrendo um longo caminho que, iniciando com a análise da radiação natural do sol, passa a analisar a radiação artificial das lâmpadas hoje utilizadas, mostrando de que forma os diferentes comprimentos de onda exercem sua influência sobre plantas, insetos e vertebrados. O tema é altamente interdisciplinar, mas como comenta o entomólogo Sergio Vanin, na introdução do livro, o autor “é um raro exemplo de pesquisador dotado de conhecimentos multidisciplinares e que consegue transitar com desenvoltura e segurança nas áreas das ciências exatas, biológicas e sociais.”

Por essas considerações, o livro é sem dúvida a leitura mais apropriada para preparar-se à “Hora do planeta”. Então, dia 27 de março, entre 20,30 e 21,30, vamos apagara as luzes, e durante esse período vamos refletir sobre a radiação artificial e seus efeitos perversos sobre a biosfera, nos propondo um uso mais consciente desse grande benefício que a técnica nos fornece.

Artigo - Alessandro Barghini: Antes que os vaga-lumes desapareçam

Por favor apaguem a luz: Antes que os vaga-lumes desapareçam

Como quer a tradição, esse ano também o World Wildlife Fund (WWF) lança, para o final de março, o evento “A hora do planeta”: o dia 27 entre às 20h 30 e às 21h30 somos convidados a apagar as luzes para mostrar nossa preocupação com o aquecimento global e a perda da biodiversidade.

Justamente o WWF lembra que a geração de energia elétrica necessária à iluminação artificial é responsável por uma importante contribuição na emissão dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e por dano as biodiversidades. O ano passado, na ocasião do evento, mais de um bilhão de pessoas aderiram e apagaram a luz em 88 países, e mais de quatro mil cidades apagaram por uma hora os seus principais monumentos públicos, como o Coliseu, em Roma, a torre Eiffel em Paris, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro e a ponte Golden Gate, em Los Angeles. Esse ano o embaixador do evento é a simpática ursa panda Mei Lan. Então gostaria lançar uma proposta: vamos mudar de embaixador, e no lugar da panda, vamos escolher um vagalume, por uma boa razão: os vaga-lumes, diferente dos pandas, são diretamente afetados pela iluminação artificial.

Em fevereiro de 1975 o diretor de cinema e escritor Pier Paolo Pasolini publicava no principal periódico Italiano “Il Corriere Della Sera” um artigo, “O vazio do poder”, no qual comentava a sucessão do fascismo com os fascismos, que estavam destruindo o ambiente do país. Estava publicado:

...“no começo dos anos sessenta, a causa da poluição do ar e, principalmente, nos campos, a causa da poluição das águas começaram a sumir os vagalumes. O fenômeno foi repentino. Em poucos anos os vaga-lumes não existiam mais”.

Sem saber, Pasolini era um dos primeiros a chamar a atenção sobre um dos efeitos mais deletérios que a difusão da poluição luminosa estava sendo gerado na biosfera. O brilhar dos vagalumes é um mecanismo de comunicação da espécie: as fêmeas, com o piscar da luz, atraem os parceiros para o acasalamento. Mas sensíveis ao problema da “poupança” energética, os vaga-lumes começam a lampejar apenas quando a iluminação ambiente é inferior a 0,5 lux, a luminosidade ambiente de uma noite com lua cheia. O problema dos vagalumes era que, com o desenvolvimento econômico estava aumentando a iluminação pública e os vaga-lumes não emitiam mais a luz e paravam de se reproduzir.

Se o problema da poluição luminosa fosse apenas limitado aos vaga-lumes, poderíamos falar: Paciência! Mas hoje as pesquisas científicas mostram que o excesso de iluminação artificial gera efeitos perversos sobre o meio ambiente. Desorienta a navegação das aves migratórias, reduz a capacidade de reprodução das tartarugas marinhas, dos sapos, cria barreiras ao deslocamento de mamíferos noturnos. Efeitos ainda mais graves a iluminação artificial excessiva gera com a quebra dos ritmos circadianos, nas plantas e nos animais. O homem também, que é a única espécie que traz vantagem da iluminação artificial, pode ser afetado negativamente por um excesso de iluminação, com a quebra dos ritmos circadianos. Existem até indícios que o uso excessivo de iluminação artificial pode contribuir a difusão de doenças degenerativas, com o câncer da mama.

Outro perigo apontado sobre o uso excessivo da iluminação artificial é o fenômeno da atração de insetos vetores de doenças. Está comprovado que um uso inadequado da iluminação artificial pode contribuir com a difusão de doenças como o mal de Chagas, a leishmaniose e a malária.

Por outro lado a pretensa de iluminar a noite com intensidades diurnas, a parte as induvidáveis vantagens que proporciona, faz parte de uma procura extrema de conforto típica da vida contemporânea. O resultado pode parecer gratificante, mas não é natural. O genus homo, na sua longa evolução foi, por 99% da sua história, uma espécie menor, perseguida pelos predadores e mal alimentada. A análise da diversidade genética mostra que cem mil anos atrás a espécie Homo Sapiens era composta de não mais de dois mil indivíduos adultos, um número similar aquele de uma espécie hoje voltada à extinção, os chimpanzés.

Com a cultura e com a técnica, em cem mil anos, o home sapiens conseguiu dominar a biosfera, atingindo um número de mais de sete bilhões de indivíduos. Mas as vantagens da vida moderna possuem também um custo. A nossa espécie evoluiu em um ambiente de escassez e de deságios, o seu genoma foi moldado nesse ambiente. A abundante disponibilidade de alimentos está criando uma epidemia de obesidade e uma enorme literatura de dietas. A cômoda vida sedentária proporcionado pelos modernos meios de transporte e dos telecomandos, tornam ineficiente nossa máquina biológica, e precisamos recorrer a exercícios e academias de ginástica para dar ao corpo a funcionalidade que o conforto nos está tirando. Com a iluminação artificial podemos utilizar as horas da noite para trabalho e para diversão, mas é possível que amanhã os médicos nos recomendem passar algumas horas na escuridão mais perfeita, para tratar os distúrbios que a iluminação artificial está gerando nos nossos organismos.

Portanto o dia 27 de março, na ocasião da Hora do Planeta, apagamos a luz por uma hora, participando a esse espetacular evento do WWF, porque sem espetáculo é difícil conquistar público. Mas nesse ato, pensando nos vagalumes, vamos refletir sobre os graves impactos que a iluminação artificial está gerando na biosfera e vamos fazer o propósito de conduzir uma vida mais parcimoniosa.

Alessandro Barghini

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terça-feira, 9 de março de 2010

Riobaldo Agarra sua Morte E outros ensaios contingentes


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Nicolau Kietzmann

Riobaldo Agarra sua Morte - E outros ensaios contingentes

Com talentos combinados de jornalista e filósofo, Fabiano de Lana cria um texto de interesses gerais com forma leve e agradável e é capaz de misturar Michel Jacson e seu envolvimentos com escândalos de pedofilia, mensalão, a morte de Eva Perón, o Grande Sertões Veredas entre outros pensamentos. O livro se divide em três textos: Diga-me uma coisa que te convence que eu te direi quem és, em outro em Silêncio aos que crêem discorre sobre a fé com suas coerências e incoerências. No terceiro Riobaldo Agarra sua Morte discute o Grande Sertão Veredas.

Todos assuntos são recheados com trechos de Freud, Kierkegaard, Dostoievski, Nietzsche, Proust, Sartre entre outros escritores. Os pensadores “tradicionais” estão presentes, mas não é para dar um toque erudito à obra. Ao contrário, são chamados para debater ou esclarecer pontos de vista de interesse até mesmo do leitor mais desavisado nas teorias filosóficas. Segundo Fabiano Lana, o livro não tem pretensões de discutir grandes questões apenas, mas buscar o que há de filosófico nos nossos cotidianos aparentemente triviais:

“Desenvolvi os assuntos que me interessavam, eu estava em uma fase de descoberta do existencialismo. Uma parte foi escrito enquanto eu cursava a faculdade de filosofia, mas nunca para uma matéria. Eu fazia ao contrario, escrevia o os textos aleatoriamente e depois tentava encaixá-los nos trabalhos. No caso do Guimarães, em Riobaldo Agarra sua Morte fiz uma maratona, em 4 meses mergulhei no Grande Sertão Veredas e criei um estudo metódico e o trabalho que está no livro”.

Em um dos trechos citados de Blackburn faz com que o leitor, que inicialmente está perplexo com as comparações e análises, fique mais curioso para continuar a leitura, “Se tivermos pouco apetite por problemas, podemos ficar simplesmente indiferentes às nossas dificuldades. Entretanto, as dificuldades têm seu jeito de defender sua mordida” o autor explica:

“Entrei para o jornalismo (na Universidade Federal de Minas Gerais) por imaginar que seria uma profissão que me manteria em contato com “tudo” o que ocorresse, onde nada poderia ser descartado. De fato, trabalhei com publicações para produtores rurais, fui repórter policial de crimes escabrosos, escrevi sobre esportes e política. Em 1997, como repórter do Jornal do Brasil, fui transferido para Brasília, cidade onde até hoje trabalho como jornalista. No JB, fiz cobertura do Palácio do Planalto, Congresso, Campeonato Brasileiro de 1996 e 1997, toda essa experiência e mais minha inquietação intelectual me fez escrever esse livro”.

Contatos com o autor:

fabianolana@terra.com.br

61-81168252

Dados técnicos:

Riobaldo Agarra sua Morte - E outros ensaios contingentes

Fabiano Sabino de Lana

Formato 14x21 cm, 160 páginas

ISBN 978-85-391-0038-5

Editora Annablume

Valor: R$ 30,00

Fabiano de Lana:

Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1972. Vem de uma família de profissionais liberais, mas que teve origem rural. É formado em jornalismo pela Universidade Federal de Minas e teve passagens em publicações rurais, repórter policial, esportes e política. Em 1997, como repórter do Jornal do Brasil, quando é transferido para Brasília, e trabalha com cobertura do Palácio do Planalto, Congresso. É formado em filosofia pela Universidade de Brasília e hoje trabalha com assessoria política.

Nicolau Kietzmann
Assessoria de imprensa
nicolau@dgnk.com.br
11-8273-6669
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skype:nkp161